terça-feira, 31 de março de 2009

Pagamento por serviços ambientais incentiva produtores

Pagamento por serviços ambientais incentiva produtores

“Era um sonho, agora estamos começando a ver esse sonho se tornar realidade”. Com essas palavras o presidente do Sindicato Rural do município de Santa Cruz do Xingu, nordeste mato-grossense, e representante dos integrantes do projeto Xingu Mata Viva, Milson Fuzeti, resumiu o que representou o primeiro pagamento por serviços ambientais para os membros do projeto, efetivado na última quinta-feira (26), em Brasília.

Fuzeti representou os 30 produtores, entre pequenos, médios e grandes, que foram beneficiados com os primeiros recursos captados pelo projeto Xingu Mata Viva, no valor de R$ 111 mil. Durante a solenidade, realizada na 2ª Vice-presidência do Senado, organizada pela senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental (Idesa), responsável pela captação de recursos assinou, juntamente com a Associação dos Produtores de Santa Cruz do Xingu, um Termo de Cooperação para a aplicação e gestão dos recursos.

“Tudo toma um rumo diferente. Agora temos que pegar o dinheiro e aplicar no que foi pactuado com a empresa doadora e ficamos também na expectativa de outros pagamentos. Com isso o pessoal começa a se preocupar mais. E é preciso falar que em governos anteriores nós éramos incentivados a desmatar, agora estamos recebendo incentivos para andar na linha”, avaliou Fuzeti.

O projeto Xingu Mata Viva foi desenvolvido a partir da metodologia Brasil Mata Viva, que tem como objetivo o desenvolvimento com sustentabilidade através da comercialização dos estoques de carbono pelo desmatamento evitado nas áreas que integram os projetos. Além do Xingu Mata Viva, estão em desenvolvimento outros três projetos: São Lourenço Mata Viva (MT), Rio Preto Mata Viva (BA) e Araguaia Mata Viva (GO).

Na solenidade no Senado, além de Milson Fuzetti, estavam presentes a senadora Serys Slhessarenko, a sócia-diretora do Cimasp, Michele Thó, os sócios-diretores da empresa doadora dos recursos – Cifarma - Sônia Braga e Marinho Braga, os superintendentes do Ibama-MT e Ibama-GO, Pedro Bigneli e Ary Santos, respectivamente, o presidente do Idesa, Sérgio Brandão e toda a equipe do Projeto Xingu Mata Viva e a Aprovale.

"O pagamento de serviços ambientais pelo modelo Brasil Mata Viva é um mecanismo de remuneração e estímulo ao ocupante de área para utilização das boas práticas de exploração da terra”, explicou a senadora ao acrescentar que essa é uma questão muito nova no País.

Serys Slhessarenko ainda informou que vai divulgar a iniciativa no encontro sobre mudanças climáticas promovido pela Organização Mundial de Legisladores para um ambiente equilibrado, da qual faz parte. O próximo encontro será em Washington (EUA) nesta semana.

Em Mato Grosso o projeto também conta com o apoio dos deputados estaduais Mauro Savi e Wagner Ramos (PR), Guilherme Maluf (PSDB) e Percival Muniz (PPS), autores da lei que declarou o Projeto Xingu Mata Viva como de utilidade publica e socioambiental.